Os sucessores de D. Afonso Henriques, além de povoarem e desenvolverem o reino, foram sempre continuando a lutar com os Mouros, porque as conquistas não eram definitivas, havia avanços e recuos. Finalmente, em 1249, quando D. Afonso III conquistou Faro, o reino mouro de Al-Garb passou a pertencer a Portugal e a fronteira a sul estabilizou-se.
As ordens religiosas e militares eram congregações de monges-guerreiros que viviam sujeitos a determinadas regras. Tinham por finalidade propagar a religião cristã e combater os infiéis.
Preocupavam-se com a defesa, o povoamento e a organização do território.
São exemplos de ordens religiosas e militares:
Ordem dos Templários - A Ordem dos Cavaleiros Templários, que fora fundada na Terra Santa, espalhou-se pela Europa quando D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, ainda governava o Condado Portucalense. Primeiro instalaram-se no Castelo de Soure. No tempo de D. Afonso Henriques lutaram com tanta bravura e defenderam tão bem as terras conquistadas que o rei lhes concedeu imensas propriedades junto do rio Tejo e do rio Nabão.
Ordem dos Hospitaleiros - Esta Ordem foi fundada na Terra Santa e espalhou-se pela Europa, incluindo Portugal. Foi admitida também por D. Teresa.
Os cavaleiros começaram por se instalar em Leça do Bailio. Depois o rei D. Sancho I doou-lhes uma propriedade na região de Portalegre e sugeriu que dessem o nome de Belver ao castelo que ali construíssem, pois a paisagem era deslumbrante. Os monges concordaram e assim ficou. Mais tarde os Hospitalários mudaram-se para a vila do Crato, onde construíram o castelo apalaçado "Flor de Rosa" que se tornou a sede. Por isso, em Portugal os Hospitalários passaram a ter o nome de Ordem do Crato.
Os cavaleiros de Évora - D. Afonso Henriques, reconhecendo a importância dos monges guerreiros, quis fundar uma ordem religiosa militar portuguesa e deu-lhe o nome de Ordem Nova. A sede era em Coimbra. Poucos anos depois, quando um dos filhos de Egas Moniz comandava esses monges, a sede foi transferida para Évora, cidade recém-conquistada aos Mouros, que era preciso defender.
Mais tarde, o rei D. Afonso II concedeu-lhes uma enorme propriedade, que abrangia as zonas do Ribatejo e do Alentejo, na condição de eles construírem uma fortaleza. Os monges guerreiros concordaram e partiram à procura de um melhor sítio. Quando viram duas águias pousadas numa azinheira, decidiram logo que seria ali, pois desde a antiguidade as águias eram consideradas sinal de sorte.
Àquele lugar chamaram Avis, que em latim significa "ave", e trataram de dar início à construção.
Ordem de Santiago da Espada - Admitida por D. Afonso Henriques, doou-lhe a vila de Arruda, Alcácer do Sal e Almada. D. Sancho I doou-lhe Palmela, ficando os seus frades a serem designados por "Freires de Palmela". D. Sancho II doou-lhe os castelos de Aljustrel, Mértola e Tavira, que esta Ordem ajudou a conquistar.